"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..." - O texto acima foi escrito por Martin Niemöller, em 1933. A citação foi apenas para ilustrar algo que está às vistas para todos em Floriano, mas que nem todos, por um interesse ou outro, "querem" perceber: a incoerência do "ab"uso da cor laranja em tudo o que tem a participação do município, ou melhor, a participação do dinheiro dos florianenses. Em tudo, da toalha da mesa das solenidades até à farda dos secretários; da mureta da escola à camisa do time; da farda da banda de música à caixa dágua do chafariz (obras sempre feitas com maior parte do dinheiro do Governo Federal); tudo é laranja. Mas, felizmente aparece uma luz no fim do túnel para acabar com a abusiva agressão às cores de Floriano (como se sabe, a bandeira de Floriano tem como padrão o verde). Um projeto de lei apresentado na Câmara de Vereadores proibe a administração pública municipal de usar cores aberrantes em obras, destoando das cores do município. A escolha da cor laranja pela atual gestão (sabe-se lá de quem veio essa idéia) não tem qualquer coerência com a história nem com os valores de Floriano. Além de ferir os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa (é deprimente intitular-se governo de laranjas), a falta de um impeditivo legal poderia dar liberdade aos gestores de pintarem os prédios públicos conforme as suas conveniências, o que acarretaria gastos desnecessários ao erário (um prefeito manda pintar de uma cor, o seguinte manda pintar de outra e etc). Vai ser curioso acompanhar o posicionamento de cada vereador em relação a esse projeto de lei. Ou será melhor que continuemos a não nos incomodar com isso? Muitos acham uma bobagem. Só que, daqui a pouco, olhando para as palavras de Niemoller (que tão bravamente resistiu às imposições nazistas), não haverá mais ninguém para reclamar quando até nossa bandeira estiver com o padrão laranja.
Mais ou menos
ResponderExcluirA gente pode morar
numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos
e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir
numa cama mais ou menos,
comer um feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos
e até ser obrigado a acreditar
mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir
que tudo está mais ou menos,
tudo bem!
Mas o que a gente não pode mesmo,
nunca, de jeito nenhum:
É amar mais ou menos,
é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
é acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar
uma pessoa mais ou menos.
Chico Xavier