Opinião - Gilberto Júnior
Uma notícia do Portal Riachãonet, de Picos, da última sexta-feira (12/03) intrigou muitos florianenses neste final de semana. A manchete já despertava o interesse de todos: "Primeiro caso de dengue alerta Vigilância Epidemiológica" (Veja matéria).
No texto, o repórter Jailson Dias informava que, até o momento, foi registrado apenas um caso de dengue no município picoense. E acrescentava que este fato fez com que fosse convocada uma reunião da Vigilância Epidemiológica com agentes comunitários de saúde para tratar do assunto. A intenção da reunião foi discutir medidas eficazes para evitar o aumento no número de casos.
Vários florianenses que se depararam com a notícia, ao fazerem comparações com o que está acontecendo atualmente em Floriano, custaram em acreditar na informação contida na matéria jornalística.
Em Floriano, os hospitais se encontram lotados de pacientes com sintomas da dengue. É certo que há também muita semelhança dos sintomas com os de uma virose, mas alguns donos de laboratórios de análises informam que quase 90% dos exames que são feitos para a confirmação da dengue têm resultado positivo. Em quase todos os bairros e ruas da cidade há relatos de pessoas que estão ou estiveram com a doença nas últimas semanas.
Segundo dados oficiais do Hospital Tibério Nunes, no dia 24 de fevereiro, o levantamento já registrava 63 casos confirmados. Há notícias de que já são mais de 130 confirmações até o presente momento em Floriano. Alguns pacientes já foram encaminhados para Teresina por causa do agravamento da doença (hemorragia).
E o pior é que muitos casos não são oficialmente contabilizados para que se tenha uma dimensão exata do problema em Floriano.
O Poder Público, tardiamente, tenta agora encher as ruas de capinadores, numa evidente tentativa desesperada de justificar a derrota em uma batalha já perdida para um mosquito. Não há mais como recuperar os danos causados àqueles que sofreram com os horríveis sintomas de uma doença tão agressiva. Que o digam aqueles que, infelizmente, chegaram a perder entes queridos.
A tentativa dos gestores municipais de jogar toda a culpa na população, buscando fugir da responsabilidade pelo caos instalado, é, além de tudo, uma forma de querer arrumar desculpas pela omissão, por não priorizarem o que deve ser priorizado e pela não adoção de medidas preventivas adequadas.
O povo de Floriano não é nem menos nem mais educado que o povo picoense. Com certeza, também, os profissionais de saúde florianenses estão no mesmo ou em melhor nível de qualidade que os de Picos.
Em Floriano não há lixeiras nas ruas. Não há fiscalização que aplique sanções em quem suja os logradouros públicos (isso tira votos). Os carros de lixo são em número desproporcional ao tamanho da cidade. O serviço de coleta é irregular. O mato predomina e avança a cada dia principalmente nos bairros da cidade. Não há um trabalho voltado especificamente para que o povo se integre. É o conjunto de todas essas e outras carências que terminam por justificar a falta de engajamento da população como um todo.
Os números provam que a culpa pelo caos não é da população florianense, como tentam impor através do enorme poder de mídia que a estrutura oficial tem.
Tudo isso acontecendo e o povo pagando, e pagando muito caro. Com vida, com doença e com o suado dinheirinho mesmo.
E o pior é que está pagando e pagando caro também por publicidades fantasiosas (inclusive com ironias e deboches) que tentam incutir que toda a responsabilidade é da "má-educação" do povo (essa é a desculpa). O povo está pagando caro inclusive, entre muitas outras coisas, prá manter o funcionamento de uma Secretaria de Meio Ambiente e de uma Ouvidoria Pública que praticamente nada fazem prá mudar essa triste realidade florianense.
Que esses dados, que envergonham e que maltratam os florianenses atualmente sejam interpretados de forma mais realista e menos hipócrita pelos que têm que "bater palmas" e, principalmente, por quem tem a responsabilidade de fazer alguma coisa. Algo está errado. Picos fica a apenas 210 km de Floriano.
Gilberto Júnior.
Uma notícia do Portal Riachãonet, de Picos, da última sexta-feira (12/03) intrigou muitos florianenses neste final de semana. A manchete já despertava o interesse de todos: "Primeiro caso de dengue alerta Vigilância Epidemiológica" (Veja matéria).
No texto, o repórter Jailson Dias informava que, até o momento, foi registrado apenas um caso de dengue no município picoense. E acrescentava que este fato fez com que fosse convocada uma reunião da Vigilância Epidemiológica com agentes comunitários de saúde para tratar do assunto. A intenção da reunião foi discutir medidas eficazes para evitar o aumento no número de casos.
Vários florianenses que se depararam com a notícia, ao fazerem comparações com o que está acontecendo atualmente em Floriano, custaram em acreditar na informação contida na matéria jornalística.
Em Floriano, os hospitais se encontram lotados de pacientes com sintomas da dengue. É certo que há também muita semelhança dos sintomas com os de uma virose, mas alguns donos de laboratórios de análises informam que quase 90% dos exames que são feitos para a confirmação da dengue têm resultado positivo. Em quase todos os bairros e ruas da cidade há relatos de pessoas que estão ou estiveram com a doença nas últimas semanas.
Segundo dados oficiais do Hospital Tibério Nunes, no dia 24 de fevereiro, o levantamento já registrava 63 casos confirmados. Há notícias de que já são mais de 130 confirmações até o presente momento em Floriano. Alguns pacientes já foram encaminhados para Teresina por causa do agravamento da doença (hemorragia).
E o pior é que muitos casos não são oficialmente contabilizados para que se tenha uma dimensão exata do problema em Floriano.
O Poder Público, tardiamente, tenta agora encher as ruas de capinadores, numa evidente tentativa desesperada de justificar a derrota em uma batalha já perdida para um mosquito. Não há mais como recuperar os danos causados àqueles que sofreram com os horríveis sintomas de uma doença tão agressiva. Que o digam aqueles que, infelizmente, chegaram a perder entes queridos.
A tentativa dos gestores municipais de jogar toda a culpa na população, buscando fugir da responsabilidade pelo caos instalado, é, além de tudo, uma forma de querer arrumar desculpas pela omissão, por não priorizarem o que deve ser priorizado e pela não adoção de medidas preventivas adequadas.
O povo de Floriano não é nem menos nem mais educado que o povo picoense. Com certeza, também, os profissionais de saúde florianenses estão no mesmo ou em melhor nível de qualidade que os de Picos.
Em Floriano não há lixeiras nas ruas. Não há fiscalização que aplique sanções em quem suja os logradouros públicos (isso tira votos). Os carros de lixo são em número desproporcional ao tamanho da cidade. O serviço de coleta é irregular. O mato predomina e avança a cada dia principalmente nos bairros da cidade. Não há um trabalho voltado especificamente para que o povo se integre. É o conjunto de todas essas e outras carências que terminam por justificar a falta de engajamento da população como um todo.
Os números provam que a culpa pelo caos não é da população florianense, como tentam impor através do enorme poder de mídia que a estrutura oficial tem.
Tudo isso acontecendo e o povo pagando, e pagando muito caro. Com vida, com doença e com o suado dinheirinho mesmo.
E o pior é que está pagando e pagando caro também por publicidades fantasiosas (inclusive com ironias e deboches) que tentam incutir que toda a responsabilidade é da "má-educação" do povo (essa é a desculpa). O povo está pagando caro inclusive, entre muitas outras coisas, prá manter o funcionamento de uma Secretaria de Meio Ambiente e de uma Ouvidoria Pública que praticamente nada fazem prá mudar essa triste realidade florianense.
Que esses dados, que envergonham e que maltratam os florianenses atualmente sejam interpretados de forma mais realista e menos hipócrita pelos que têm que "bater palmas" e, principalmente, por quem tem a responsabilidade de fazer alguma coisa. Algo está errado. Picos fica a apenas 210 km de Floriano.
Gilberto Júnior.